Cão que sofria maus tratos é resgatado em terreno em Recife

Uma ação conjunta do Centro de Vigilância Ambiental (CVA) e da Companhia Independente de Policiamento do Meio Ambientea (Cipoma) flagrou um caso de maus tratos contra um animal. No bairro do Rosarinho, na zona norte da cidade de Recife, um cão de guarda foi abandonado em um terreno vazio e cheio de mato. Depois de denúncias, o cão foi recolhido na terça-feira (15), por policiais militares.

O cão  estava muito doente e só recebia água e comida quando os vizinhos sentiam pena. “É muito triste, porque colocaram o bichinho aqui dentro e nem deram comida nem nada. Deixam ele passando fome, é uma coisa muito horrível”, contou o auxiliar de serviços gerais Luciano Domingos.

Do lado de fora da construção, uma placa alertava: ‘Cuidado! Cão feroz.’. Mas do lado de dentro a realidade era outra. O animal quase não conseguia ficar em pé. Quem olhava para ele, não acreditava que o cachorro é de uma raça com porte forte, um pitbull.

O terreno pertence a uma construtora e o cachorro é de uma empresa especializada em animais de guarda. Dois técnicos entraram no terreno e capturaram o cachorro. De tão fraco, o animal não ofereceu resistência. Do lado de fora, passou pelos primeiros exames e foi recolhido para tratamento.

A veterinária que acompanhou o resgate constatou que o pitbull não tinha mais condições de viver na área. “O animal se encontra caquético, com desnutrição intensa e está parasitado, muito cheio de carrapatos. Se ele continuasse aqui ele ia morrer. Nós vamos recolher ao Centro de Vigilância Ambiental, e colocá-lo no soro, a princípio. Vamos fazer todo o tratamento e ele vai ficar sob custódia no nosso canil e depois esperar a decisão da Justiça, sobre o seu destino”, afirmou a veterinária do Centro de Vigilância Ambiental, Jael Moraes Amaral.





No terreno, havia uma placa com o nome do dono do animal e o telefone de contato. Os policiais ligaram e ele afirmou que sabia que o local não era adequado para um cachorro. “É um local, infelizmente, que não é adequado para o animal. Mas já falei para o cliente para ele fazer a limpeza do local”, disse, e fez ameaças quando ficou sabendo que o cão seria levado. “Vocês já fizeram isso uma vez e depois de um tempo tiveram obrigação de devolver, porque vocês não têm autoridade para entrar no terreno de ninguém”.

Para a polícia não existe dúvida: o que acontecia pode ser classificado como crime ambiental. O dono do cachorro vai responder por maus-tratos e pode pegar de três meses a um ano de prisão, além de pagar multa. A mesma pena pode ser aplicada aos donos do terreno.

“Nós vamos encaminhar à Depoma [Delegacia de Polícia do Meio Ambiente, onde a queixa será registrada], que vai fazer a devida investigação e ver quem responsabiliza, se o dono do terreno, o dono do cão ou ambos”, detalhou o tenente Elenildo Laurentino, da Cipoma.

O terreno pertence à Carrilho Construtora, que informou que contratou a empresa especializada em cães de guarda, para que o animal fizesse a segurança do local. A Carrilho disse que a responsabilidade de cuidar do animal, com a alimentação e o cuidado veterinário, é da empresa. A construtora também informou que não foi notificada pelas autoridades e que só vai se pronunciar oficialmente depois que isso acontecer.

Fonte: G1





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