Das 18h30 às 20h30 de domingo (10), o centro das atenções no Bairro do Recife não foi Polo do Arsenal ou Palco do Marco Zero. A esquina da rua Dona Maria César virou o foco de quem chegava para curtir o evento na cidade de Recife. Não havia nenhum artista renomado. Quem fez o chão tremer, literalmente, foi a Orquestra Aló de Frevo e Maracatu, que começou com um tímido esquenta e terminou cercada por mais de mil foliões ávidos por frevo, frevo e… mais frevo.
Por cerca de duas horas, 12 dos 18 músicos da formação original da Orquestra entoaram clássicos do Carnaval pernambucano, como os hinos do Elefante, do Ceroulas, do Galo da Madrugada e sucessos como Frevo Mulher e Morena Tropicana, tudo cantado na ponta da língua pelo animado público.
Entre os músicos presentes estavam Félix de Moura e Fernando Alcântara (trombone), Heraldo Ramos (caixa), Heleno Gomes e Anderson Oliveira (trompete), Jacaré (surdo) e Abdias de Oliveira (sax alto), sob o comando do maestro Aluízio Sales. Emocionados, os artistas só pararam o show devido ao cumprimento de horário de compromissos posteriores. “Em 12 anos tocando no Carnaval, nunca vi isso. Foi uma sensação inexplicável.
A energia das pessoas, a festa. Foi incrível”, comentou Anderson Oliveira. Para a Orquestra Aló, o reconhecimento do esforço do trabalho foi a insistência dos foliões em não deixarem eles pararem de tocar. “Paramos porque estávamos em cima da hora de outros compromissos. A vontade era ficar, ainda mais com o povo pedindo ‘mais um’. Esse é reconhecimento que temos pelo nosso trabalho. Isso paga tudo”, disse, emocionado, o maestro.
Fonte: Folha de Pernambuco