Seminário no Recife debate produção de arte contemporânea

Com o tema “Visualidades e Transversalidades”, a Fundação Nacional de Artes (Funarte), em parceria com a Prefeitura do Recife, realiza, nos dias 10, 11 e 12 de dezembro, o a etapa Nordeste do Seminário Desafios Contemporâneos. Reunindo nomes de destaque em diversas linguagens, com debates abertos ao público, os encontros acontecem sempre das 19h às 21h30, na sede da Representação Regional Nordeste do Ministério da Cultura, que fica na Rua do Bom Jesus, no Bairro do Recife.

Para o Seminário Funarte Desafios Contemporâneos estão confirmados Cristiana Tejo (PE), Marcelo Campos (RJ) e Yuri Firmeza (CE), que mediarão os encontros sobre artes visuais, Hermano Figueiredo (AL), sobre audiovisual, e Pedro Osmar (SP), sobre música. O objetivo é propor um diálogo sobre o tema contemporaneidade a partir das transversalidades e dos diálogos observados entres as linguagens artísticas.

Para o Representante Regional da Funarte, Reinaldo Freire, o encontro é importante por “promover a reflexão sobre a prática das artes contemporâneas, construindo pontes entre as diversas linguagens, além de reforçar a integração entre os artistas, que podem fortalecer sua presença na formulação de políticas públicas em artes visuais”. Ele também reitera o convite a pesquisadores e estudantes, que terão um terreno fértil para compreender a cena contemporânea do país, além de estabelecer contatos importantes.

Para participar, os interessados devem efetuar inscrições no local, com uma hora de antecedência. O Seminário Desafios Contemporâneos é uma ação do Centro de Artes Visuais – CEAV da Funarte, em parceria com a Prefeitura do Recife, através do SPA das Artes 2013, e apoio do Ministério da Cultura. Informações: (81) 3117.8430.l

Confira abaixo a programação completa do Seminário Desafios Contemporâneos: Visualidades e Transversalidades:

Dia 10 (terça-feira), a partir das 19h

Tema: Brasilidades em longa duração
Por Marcelo Campos (RJ), Prof. Adjunto do Instituto de Artes da UERJ. Doutor em artes visuais pela EBA/UFRJ.

A relação entre as artes brasileiras e suas estratégias de pertencimento pode ser escrita na trajetória de uma história de longa duração. Observamos gerações que se digladiam ou matem continuidades quando tratamos de assuntos dedicados ao modo como um lugar, um ponto geográfico, se apresenta como questão para as obras de arte. O interesse desta discussão é fomentar problematizações sobre o conceito de localidade e suas estratégias de negociação.





Tema: A exposição como produção de problema
Yuri Firmeza (CE)

De que maneira uma exposição pode produzir torções e fazer erodir certos regimes de verdade? Como pensar a arte para além da produção de objetos-obras? Qual o lugar do artista na sociedade? O que pode a arte? O intuito dessa discussão não é responder tais perguntas, mas mantê-las funcionado através de alguns projetos apresentados durante o seminário.

Dia 11 (quarta-feira), a partir das 19h

Tema: A vela-tela
Por Hermano Figueiredo (AL)

A tela de cinema de Hermano Figueiredo é um pano de embarcação, o ar refrigerado é a brisa do atlântico, o piso é de areia branca, o teto é o céu estrelado. Um cinema que acontece em espaço aberto, lidando com a ventania, a maré e a possibilidade de chuvas. Um cinema que dialoga de forma direta com o povo, efetivando uma performance de grande impacto visual, mas que também afirma a identidade cultural.

Foi ainda nos anos de 1980 que inconformado com a falta de espaço para o cinema brasileiro e principalmente para o curta metragem que o cineclubista e cineasta Hermano Figueiredo começou a provocar um choque estético na forma de exibir com uso de suportes inusitados, fazendo da exibição um ato estético em si, interagindo com geografia e a história. Uma atitude cineclubista estética e política de fazer crer que o cinema pode “acontecer” em qualquer lugar, transformando a vela numa tela de cinema.

Tema: A música fora da jaula
Por Pedro Osmar (SP)

Música fora da jaula, música de invenção, música de linguagem experimental, com latas e sucatas, poemas escritos nos muros, no chão das praças… Arte desenvolvida fora dos padrões e patrões da ABNT. Arte fora do mercado, para uma outra coisa, coisa de uma humanidade mais interessada em crescer fora dos limites…

Dia 12 (quinta-feira), a partir das 19h

Tema: Arte Contemporânea em época de “boom”de mercado – desafios, responsabilidades e horizontes
Por Cristiana Tejo

Em 2014, a renomada casa de leilões de arte Christie’s abrirá uma filial no Brasil. Isso ocorre após algumas das maiores galerias de arte do mundo aportarem em São Paulo. O que isso significa para o Nordeste do Brasil? O intuito desta apresentação é tentar abordar uma espécie de ecologia das artes, observando os pontos de contato entre realidades aparentemente distintas.





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